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"Sede mensageiros do Evangelho!"

arautos no mundo

“Sede , mensageiros do Evangelho!”

Não faz muito tempo, tais palavras soariam arcaicas para muitas pessoas, que bem sequer conseguiam compreender a riqueza de seu conteúdo. Na verdade resumem um vasto programa de apostolado, que visa nada mais nada menos que levar a boa-nova a todos os homens, atraindo-os para Cristo.

Devido às graças notáveis que a Divina Providência vem derramando com abundâatividadesncia por todo o mundo, bem como aos contínuos apelos do Papa João Paulo II, um número crescente de nossos contemporâneos vem se dando conta de que a solução dos problemas de nossos dias está precisamente nesse anúncio corajoso, que resulte num reflorescimento da fé católica.

“Sede mensageiros do Evangelho!”

É a missão que, em 28 de fevereiro de 2001, o Papa confiou à obra mais jovem da Igreja, e que foi aceita com entusiasmo por seus integrantes.

Assim, somando seus esforços aos de outros setores eclesiais que se lançaram na grande obra da nova evangelização – para colocar nas mãos de Cristo Senhor, por meio da Santíssima Virgem, o terceiro milênio (Novo Milllennio Ineunte, 15, 29, 40, 58) -, os Arautos do Evangelho já estão presentes em várias partes do globo. Procuram desenvolver atividades variadas e inovadoras, entre todas as faixas de idade. Quase sempre seu trabalho é árduo, num ritmo fatigante, com poucos recursos – mas sempre feito num transbordamento daquela alegria que é apanágio das almas zelosas pela glória de Deus, desenvolvimento da Santa Igreja, e prontas a serviço dos irmãos.

(Revista Arautos do Evangelho, Fev/2002, n. 2, p. 20-21) 

Há um ano

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Aspecto da celebração eucarística na Basílica de São Pedro

Quem são esses jovens, revestidos desse traje desconhecido, mas inegavelmente muito belo, e dos quais nunca ouvimos falar?! – Essa é uma pergunta que, nas últimas semanas de fevereiro de 2001, os romanos faziam entre surpresos, maravilhados e curiosos.

Não é pouca coisa. Afinal de contas, Roma já viu de tudo. Em quase três milênios de história, por suas ruas kA passaram cortejos de monarcas do Oriente e do Ocidente, cruzados escandinavos e ibéricos, marajás e príncipes da Etiópia, peregrinos das mais diversas línguas e culturas, frades de fisionomia angélica vestidos com o burel franciscano, monges e freiras trajando hábitos solenes ou humildes, nas mais variadas formas e cores.

Apesar disso, os inteligentes e perspicazes cidadãos de Roma não esconderam seu encanto quando viram sua cidade “repleta” de Arautos do Evangelho (eram mais de mil), caminhando pelas ruas, visitando igrejas, indo a restaurantes subindo em ônibus e entrando nas estações de metrô, revestidos com um hábito totalmente novo. Aqueles jovens estavam ali para comemorar um passo decisivo na história de sua entidade: a aprovação de seus estatutos pelo Pontifício Conselho para os Leigos, com o que se estabelecia um vínculo formal e legal com o Santo Padre, vindo-se somar ao entusiasmo que, já nutriam pelo representante de Jesus Cristo neste mundo.

Segundo vários especialistas na matéria, a espera pela aprovação não fora longa, Para os padrões normalmente seguidos pelo Vaticano, o processo havia corrido de modo um tanto rápido (cerca de um ano!), uma razão a mais de júbilo para os Arautos do Evangelho. Resolveram eles que tal alegria devia ser comemorada segundo seu carisma, com solenidade e pulchrum. Daí uma série de celebrações na Cidade Eterna, antes e após a ansiada audiência com o Papa João Paulo II.

Assim, tiveram o privilégio de promover uma Missa na própria  Basílica de São Pedro. Presidiu-a o Cardeal Jorge María Mejía, Arquivista e Bibliotecário da Santa Igreja Romana. Em sua substanciosa homilia, quis ele chamar a atenção daqueles jovens ali presentes para a união especial que ficava estabelecida entre os Arautos do Evangelho e o Pontífice Romano:

“Esta ocasião adquire com a Cátedra de Pedro, com o centro da Igreja Católica, uma relação especial”. E referindo-se ao Ordo de Costumes que regula a vida diária dos Arautos do Evangelho, dizia: “Isto recebe agora, a partir daqui, uma benção especial, é incluído no grande número de instituições de religiosos, de religiosas, mas também de associações leigas que o            Papa, por seus órgãos especiais – neste caso o Conselho para os Leigos – aprova e envia…”

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Em sua homilia o Cardeal Mejía dirigiu rutilante palavras aos Arautos

E após sublinhar que a nova obra fora considerada “oportuna, importante e atual”, o purpurado concluía que os Arautos do Evangelho se tornavam “o braço do Papa”.

O sonho estava realizado. Seu ápice ocorreria no dia seguinte, 28 de fevereiro, quando os Arautos do Evangelho receberam uma calorosa acolhida do Pai de todos os cristãos, momentos que ficaram gravados para sempre em nossos corações.

(Revista Arautos do Evangelho, Fevereiro/2002, n. 2, p. 10-11)

Um refrigério para a Igreja

Pe AlbeiroUm fiel amigo dos Arautos do Evangelho, o Revmo. Pe. Albeiro Vanegas Bendoya (no destaque), fez-lhes, em 7 de janeiro de 2002, uma palestra densa de reflexões sobre a importância que lhes cabe no mundo atual.

Encontrar-me com os Arautos do Evangelho foi uma benção para mim. Porque os senhores estão me ensinando um caminho. Aliás, não somente para mim, mas também para as pessoas que conheço e que posso convidar a fazer parte dos Arautos do Evangelho. Seu exemplo, sua qualidade, seu desembaraço, é verdadeiramente um carisma especial para a Igreja, e algo que faltava na Igreja, algo de que necessitamos para refrescar a Igreja.

Temos de aprender a descobrir o que chamamos o sinal dos tempos.

Os Arautos do Evangelho estão nos ajudando a redescobrir a beleza que nunca se perdeu. Estava ali escondida e os senhores a estão resgatando para nós. Devo dizer: para nós, para o resto dos leigos e para nós, ministros da Igreja. De maneira que trato de descobrir uma benção de Deus em sua presença, em meio do mundo.

Hoje, lendo o jornal, encontrei uma notícia que me surpreendeu muitíssimo. Um jovem, nos Estados Unidos, na cidade de Tampa, pegou um avião, um Cesna, uma avioneta pequena e jogou-se contra um edifício. Ele, sendo americano, havia se declarado seguidor do líder dos terroristas, de Bin Laden. Um menino de quinze anMissaoMariana_bos, um jovem solitário, uma pessoa que imagino sem Deus, sem a oportunidade de presenciar um rosto tão belo como este da imagem de Nossa Senhora de Fátima, que preside a nossa reunião, e decide ele tomar aulas de aviação para, de repente, escapar de seu professor, pegar uma avioneta, e se suicidar. No que sobrou da avioneta, encontraram uma carta em que de declarava seguidor daquele terrorista. 

Eu dizia: por que temos jovens como esse e temos jovens como estes que estão diante de meus olhos agora? Qual a diferença? Porque nós podemos escolher sempre entre a luz e a obscuridade. É a liberdade que o Senhor nos deu. “São livres para construir o mundo”, e isto muitas vezes nos assusta.

Entretanto, para nos fortalecer nos momentos difíceis, possuímos Maria, que sempre nos diz: “Tenham confiança, tenha confiança!” Se rezarmos, se trabalharmos, se nos esforçarmos, se pedirmos a Ela e a Ela que nos iluminem, é certo que vamos saber como atuar dentro da luz.

Aquele jovem suicida não foi o único que morreu daquele modo. Muitos outros estão morrendo levados pela loucura. Mas muitos morrem espiritualmente nas vias das trevas. São os que eu chamo de “zumbis”.

São jovens, sobretudo, que não sabem de onde vem nem para onde vão.

Ora, é nossa tarefa, é nossa missão – mas em primeiro lugar dos senhores -, ajudar exatamente a despertar de novo nos jovens o fervor, a devoção, o interesse pela vida. Eles são como que mortos que caminham, de maneira que é muito grande a responsabilidadeMisaoMariana_d dos senhores: revitalizá-los! Não me cansarei nunca de afirmar isso.

Os senhores me perguntarão por que falo tanto dos jovens.

Porque somente com os jovens poderemos mudar o mundo!

Como se muda? Com todos os métodos que os senhores já conhecem, existentes no seu ordo de costumes. Há outros na Escritura, outros na vida diária e outros ainda, sobretudo nos exemplos.

Lembrem-se de que os senhores são exemplos vivos! As pessoas são exemplos vivos! As pessoas olham muito para os senhores, porque os senhores tem o carisma de evangelizar.

Que Jesus e Maria Santíssima os ajudem a cumprir sua tarefa, sua missão no mundo.

Finalmente quero expressar meu testemunho de gratidão a cada um dos senhores. Volto para a Colômbia vivamente impressionado pela experiência que tive nestes quinze dias aqui no Brasil. A experiência que eu tive foi MissaoMariana_cextraordinária, inteiramente à altura dos Arautos do Evangelho.

São tão numerosas as casas dos Arautos que, infelizmente, ainda não tive tempo de conhecê-las todas. Mas as que conheci me permitiram ter contato com pessoas muito inteligentes e muito amáveis. Fizeram-me sentir-me melhor do que na minha própria casa e aprendi muitíssimas coisas. Tive a oportunidade de tratar com pessoas mais antigas, nos escritórios onde está toda a administração do movimento. Estive com os mais jovens, e até com alguns que parecem que estavam saindo há pouco do kindengarten…

Estive também com outros que já estão na metade da vida; estive com todos. Sinto, depois de tudo o que conheci e amei, que estou agora comprometido com essa obra. Sinto-me interiormente movido por graças muito especiais rumo a integrar-me nesse movimento. Por ora, repito como Maria: “Faça-se em mim segundo a vossa palavra.”

Muito obrigado, e que Deus os abençoe.

(Revista Arautos do Evangelho, Fev/2002, n. 2, p. 24-25)